sexta-feira, 8 de abril de 2011

Frágil I

Pelas vielas ambivalentes
Há aqueles que se contemplam
Ó meu Bom Jesus da Lapa
Empresta pouco da luminescência
Para que se encontrar
Numa janela dessas, cerrada
A antagônica que adormece
Dentre escárnios e carícias
No peito do seu credor.

Abre portas, imola casas
Diz no ínfimo dessa gente sórdida
Que as vielas das almas
Encontram-se demasiado ocupadas
Com as putrefações do ego.
Mostra as crianças raquíticas
Os cachorros abandonados ao relento
E os jovens atormentados.

Mas não te esquece do feminino,
Do roto no ventre, o pródigo tirado
Os vícios que declinam suas peles
O amor de seu corpo arrancado.
A mancha precoce do eco.


21/01/2011