sábado, 19 de abril de 2014

XXXIX

rir com ele... por que não...?
parece haver uma barreira intransponível entre dois mundos que ela também não sabia se queria misturar.
as escolhas carregam um peso bruto total.
e nessa escolha não cabia mais nada além da enebriante fumaça densa de uma tonelada por metro cúbico.
de que valem dois olhos de incêndio?
ela estava enebriada pela fumaça.
até a lua era cheia e vermelha, mas nela tudo míngua.
um sonho de pessoas desconhecidas que se amavam. se amar é tão deus.
ela mantinha-se de pé no inferno.
e nem o inverno faria o outono, o karma, o sangue, o carmim cessar.
porém, se ela fica, morre.
morre dos botões de flores que não ve, ou de não dormir envolta nos véus de estrelas e no grande manto do divino,
e da ausência do riso...
aquele que suspende a névoa no espaço e encanta o entrelace dos dedos que as almas que caminham juntas precisam se dar.
alaranja
e cai.


15/04/14