quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Um dia foi Rosa a flor...

Rosa foi inspiração
Mas já dizia Caetano
"Rimar amor e dor"
Não tá com nada não

Rosa virou mulher
E "Flor" é bem impessoal
Não sei o tanto que a Pedra a quer
Não sei o tanto que a quer o Sol

Enquanto o mar me tinha ali
Mal eu sabia que era abandono
Não atinei de fugir
O ego engoliu seu dono

Ah, Rosa negra bela flor
Maria é sina de sofrimento:
Não alimente esse tormento
Não prove desse dissabor

Mas nem tanto me insulta
Porque não é minha a culpa
Se a flor do meu peito murchou,
Se a Rosa começa a fenecer:
Ninguém perde por dar amor
Perde é quem não sabe receber.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quanto Vale?

Não tenho medo de fera
Das profundezas d'água doce
Tenho medo do império
Em que o dinheiro é a foice

Não tenho medo de piranha, de onça, bicho brabo
Muito mais me enoja uma corja de deputados
Gente que se diz decente vestida no seu terno
Mas faz gente como a gente padecer no inferno

Da priva(tiza)ção de tudo que a natureza
Dá em abundância
Ver ser criada e rompida uma represa
Pelo martelo da ganância

Num estado que tem nome
Da sua miserável sina
Ainda faz escravo o homem
No fundo da terra das Minas

Fazendo aflorar a céu aberto
O que deveria permanecer oculto
Crendo que é senhor das águas com seus aquedutos
Enquanto um rio chora as mágoas do desvio do seu curso...

Porque quando um peixe morre por asfixia
Morre atrás a teia da população ribeirinha
Uma senhora chora a sede, chora a morte do seu filho
E mal sabe que a culpa é justamente dos desvio$...

Enquanto o poder humano
Alimenta esse sistema
Chora de fome o Oceano
Vendo morrer o ecossistema

Não queria ver tanta dor, tanta vida em tóxica aflição
Mas que fosse rompida a barragem da desinformação
E que essa lama, do poder fosse atrás
Porque "da 'lama' vieste, e a ela voltarás"

Eu tenho medo é das ciladas
Em que o dinheiro é a foice
Choro com lágrimas salgadas
A morte do Rio Doce.