um conto que disfarço e a cortina que não abro
destila o veneno da cobra a carapuça que cabe
é pele
de cobra
a cobra abre a boca e sai de dentro da cobra
a cobra nova
alhures...
se entende se pulsa se quer que seja místico
porém desmistifica espaços em racionais assertivas
andas de propriedades biológicas e
diz que sabe quem é deus
alhures...
enquanto luzes acendem e apagam e há o abismo
estouro, enxofre, vinagre, ocre
tem gosto de vermelho e transparente ácido
um funcionário apático reclama do almoço no expediente
*TRASSSS...... BOOM*
o maquinário do relógio consumo não espera
quem não tem um olho dentro do olho que é dentro do outro
que sente que dói quando explodem crianças
que anda sem uma perna arrastado todo cinza
de construções inorgânicas
alhures...
e em quem não reverbera a surdez atômica momentânea
de quem o silêncio gélido não consome as entranhas
para quem o segundo que sentiu de frio não traz cordas
alhures...
aqui de correntes graúdas e tiros nos membros
aqui de olhos amarelos atentos ao ensurdecedor arsênio
aqui julgando que os condutores serão venosos
alhures?
a cobra abre a boca e sai de dentro da cobra
a cobra nova
e no chão a semi orgânica pele da cobra
diz sobre o abandono da dor da espécie humanóide
que transita com os três olhos fechados sonhando felicidade utópica
...alhures...