segunda-feira, 6 de março de 2017

pensei em nós sendo nós mesmas
e a simbiose do entrelace intergaláctico
pensei que se planetas, orbitaríamos estrelas grandes.

há também o desrespeito das outras
e o desespero delas
que estão juntas na estrela que brilha num céu de guerra.

há faíscas perigosas
e também há quem diga que fogo é alimento
e só basta que se acorde a centelha.

vi nas atividades que no en(t)canto
não somos vanguarda nem únicas uma para a outra
e tem aquela coisa dos poemas secretos
que não seriam recitados pela mais baixa e serena voz.
e se houvesse voz tu seria grito
e eu silêncio de lápide.
lapidamos as pedras brutas que se reproduzem aos montes
mas lapidar não é vida porque se enrijece, não flui
e tão úmidas as noites, mas os fluidos tão rasos
não arriscamos mergulhar no abismo dos olhos abertos
quando conectadas em espírito pela matéria.
e as tuas árvores estão desenhadas no meu sistema nervoso
algo que só pode ser captado
pelo nervo óptico do terceiro olho.

pensei nos ponteiros, as flechas que alvejaram
e as setas que indicaram a direção.
demos mais uma volta em torno da estrela rainha.

gostaria de viver juntas
pois só sobre(vive) quem está só.

a gente se vê do outro lado:
seja na transparência do toque das mãos
ou pela nossa memória que sabe que também somos estrela.

- que haja espaço para o tempo -


28/12/2016.