na corda bamba de um circo, sorrio
um pirilampo cor de mel passareia sobre
um céu tão roxo que faz inveja às olheiras
olheiras essas que não mais tenho, ah!
aprendo a absorver cada pluma desse ar
aprendo a absorver cada onda de mim
tenho novos olhos cor de lua
para interpretar as estrelas do meu caminho
para abraçar meu irmão e passar para ele
cada cheiro puro de cada estrada que segui
que indescritível, vejo o sol dançando
a moça da saia rodada dançando dentro de si
o moleque dançando com a bola de gude
o ancião dançando na fumaça de seu cachimbo
cada folha dançando para conquistar o vento
...tanta árvore parada ensinando sabedoria
o que era fato passa a ser boato
e o que era certeza passa a ser translúcido
e eu, que era lúcido, passo a ser deslumbrado
vislumbrando, próxima, a cor da nova aurora
uma pedra de âmbar na frequência do coração
seiva de árvore pulsando nas minhas veias
alimentando-me da energia compartilhada
com todos os irmãos de quatro, dez patas,
olhos, experiências, passagens...
floreio girassóis e princesas florescidas
flores lindas, moças flores coloridas
flores essas que dizem às suas mães - árvores
que vale a pena oscilar pelas realidades
embelezar a virtude do silêncio
colorir o verde lindo do meu ser
fogo musicado, água corrente, beija-flor
doce néctar, saudade de infância
provando de tudo como fosse pequeno
vivendo a existência linda ser único,
grande, parte de um todo que presenteia
a cada um de seus participantes - todos
na paz da paciência
no seio mestre da mãe de todos nós.
A corda bamba do seu circo é muito colorida!
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