terça-feira, 29 de maio de 2012

sobre o equilíbrio

na corda bamba de um circo, sorrio
um pirilampo cor de mel passareia sobre
um céu tão roxo que faz inveja às olheiras
olheiras essas que não mais tenho, ah!
aprendo a absorver cada pluma desse ar
aprendo a absorver cada onda de mim
tenho novos olhos cor de lua
para interpretar as estrelas do meu caminho
para abraçar meu irmão e passar para ele
cada cheiro puro de cada estrada que segui

que indescritível, vejo o sol dançando
a moça da saia rodada dançando dentro de si
o moleque dançando com a bola de gude
o ancião dançando na fumaça de seu cachimbo
cada folha dançando para conquistar o vento
...tanta árvore parada ensinando sabedoria

o que era fato passa a ser boato
e o que era certeza passa a ser translúcido
e eu, que era lúcido, passo a ser deslumbrado
vislumbrando, próxima, a cor da nova aurora
uma pedra de âmbar na frequência do coração
seiva de árvore pulsando nas minhas veias
alimentando-me da energia compartilhada
com todos os irmãos de quatro, dez patas,
olhos, experiências, passagens...

floreio girassóis e princesas florescidas
flores lindas, moças flores coloridas
flores essas que dizem às suas mães - árvores
que vale a pena oscilar pelas realidades
embelezar a virtude do silêncio
colorir o verde lindo do meu ser

fogo musicado, água corrente, beija-flor
doce néctar, saudade de infância
provando de tudo como fosse pequeno
vivendo a existência linda ser único,
grande, parte de um todo que presenteia
a cada um de seus participantes - todos
na paz da paciência
no seio mestre da mãe de todos nós.

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