olhei seus olhos de buraco negro.
amor desprendido aprisiona.
eu me joguei para nadar no escuro dos seus olhos
através da transparência daquele cristal.
qual é o mistério que tu guardas?
...
- silêncio -
...
12/02/2014
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
XXXV
ela e o sonho contemplavam o céu.
e o mundo só já era pouco. todo o universo e o que há além pesavam-lhe as pálpebras e o sono não vinha.
"por que há consciência se não podemos saber?"
ela queria saber.
"o ser humano perdeu, em algum momento, a conexão telepático-transcendental com tudo que existe, mas eu não escolhi assim" - ela pensava.
sofria porque todos os demais seres eram canais do infinito, sofria porque todas as coisas eram interligadas e formavam uma unidade da qual ela se sentia pulsantemente participante.
e por isso, acima de tudo, sofria
ela não escolhera ser humana.
24/01/2014
XXXIII
- os elementos agrupam-se, contraem-se, expandem-se diferentemente e formam tudo que existe. cada criatura é absolutamente única.
o professor falava. ela gostava de ouvir essas explicações.
um dia respirou fundo e perguntou:
- e o que sobra quando tudo acaba?
todos calaram.
ela sabia.
"estamos numa condição dinâmica"
foi o que guardou.
24/01/2014
o professor falava. ela gostava de ouvir essas explicações.
um dia respirou fundo e perguntou:
- e o que sobra quando tudo acaba?
todos calaram.
ela sabia.
"estamos numa condição dinâmica"
foi o que guardou.
24/01/2014
domingo, 2 de fevereiro de 2014
equilíbrio
paira a energia criadora, cuja força motora
desce em forma de mulher.
ela é.
azul cintila seu corpo no infinito
do reflexo mais bonito
o nu como se é.
reza a lenda que o cosmos, enamorado
deu a ela um recado
para não se esquecer:
- eu te fecundo em verde ancestral
e te será natural
parir para viver.
te darei leis, o leste, o oeste, o norte e o sul
mas também a água azul
para te cobrir.
será teu manto, meu encanto, sua casa
e apagará a brasa
que tentar te destruir.
teu nome é gaia, minha musa em esfera
e na tua atmosfera
tudo passa a existir.
o último sopro é um ar de nada denso
que te mostrará o tempo
o passado e o porvir.
para que não fiques tão sozinha
te darei em companhia
um casal amigo meu:
a moça é bela e há de se chamar lua
pois também está nua
e é mãe como você.
separei-a do seu par, o grande sol
mas tudo foi em prol
do dia anoitecer.
e dentre os mais incríveis animais
um há de se destacar mais
pois tem algo a aprender.
e é aí que entra teu sacrifício
pois ele fará o ofício
de destruir para criar
e o bicho homem contemplará o céu
mas escolherá manter o véu
que o impede de enxergar.
para enfeitar te empresto as estrelas
tua perfeita natureza
poderosa e onipotente
e ao homem darei uma realidade
que ele julgará verdade
da "mente consciente"
e há de clamar a mim quando doer
mas um dia há de aprender
a também equilibrar.
e assim também não fico tão sozinho
ao contemplar o homenzinho
a me contemplar.
desce em forma de mulher.
ela é.
azul cintila seu corpo no infinito
do reflexo mais bonito
o nu como se é.
reza a lenda que o cosmos, enamorado
deu a ela um recado
para não se esquecer:
- eu te fecundo em verde ancestral
e te será natural
parir para viver.
te darei leis, o leste, o oeste, o norte e o sul
mas também a água azul
para te cobrir.
será teu manto, meu encanto, sua casa
e apagará a brasa
que tentar te destruir.
teu nome é gaia, minha musa em esfera
e na tua atmosfera
tudo passa a existir.
o último sopro é um ar de nada denso
que te mostrará o tempo
o passado e o porvir.
para que não fiques tão sozinha
te darei em companhia
um casal amigo meu:
a moça é bela e há de se chamar lua
pois também está nua
e é mãe como você.
separei-a do seu par, o grande sol
mas tudo foi em prol
do dia anoitecer.
e dentre os mais incríveis animais
um há de se destacar mais
pois tem algo a aprender.
e é aí que entra teu sacrifício
pois ele fará o ofício
de destruir para criar
e o bicho homem contemplará o céu
mas escolherá manter o véu
que o impede de enxergar.
para enfeitar te empresto as estrelas
tua perfeita natureza
poderosa e onipotente
e ao homem darei uma realidade
que ele julgará verdade
da "mente consciente"
e há de clamar a mim quando doer
mas um dia há de aprender
a também equilibrar.
e assim também não fico tão sozinho
ao contemplar o homenzinho
a me contemplar.
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