quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

XXXV

ela e o sonho contemplavam o céu.
e o mundo só já era pouco. todo o universo e o que há além pesavam-lhe as pálpebras e o sono não vinha.
"por que há consciência se não podemos saber?"
ela queria saber.

"o ser humano perdeu, em algum momento, a conexão telepático-transcendental com tudo que existe, mas eu não escolhi assim" - ela pensava.
sofria porque todos os demais seres eram canais do infinito, sofria porque todas as coisas eram interligadas e formavam uma unidade da qual ela se sentia pulsantemente participante.
e por isso, acima de tudo, sofria
ela não escolhera ser humana.


24/01/2014

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