prendi a respiração
para mergulhar
profundo
e de olhos fechados
criava mundos
batendo braço
batendo perna
e o cansaço
e eu lutando
e me debatendo
superfície longínqua
olhos fechados
e o ar faltando...
tinha mais medo
do oceano
do que da morte
tinha mais medo
das feras abissais
do que da morte
e o ar faltando...
e a água vindo
e a queimadura
debaixo d'água
coisa engraçada
sentir queimando
e batendo braço
e batendo perna
e os olhos fechados
e o susto vinha
e ia embora
até que o futuro virou
sonho
e a água vindo
a água entrando
serena braço
serena perna
e os olhos
eternamente abertos
[04/12/19]
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
quarta-feira, 4 de dezembro de 2019
necrofagia
a dor desanda
descompassa
desequilibra
a dor desanda
o peso nas ancas
a face ferida
a dor fustiga
a dor, semente
cresce rapidamente
destrói minha casa
enraiza o chão
onde eu plantava
a dor gigante
maior que um prédio
de dez andares
é a dor criança
grita os pesares
buscando um nexo
hora menina
hora moça
hora senhora
a dor faminta
tem muita força
consome o agora
e a poesia, coitada
jogada em escanteio
são só folhas rasgadas
alguns símbolos no meio
testemunhando
a dor mortal:
ontem morri sonhando
hoje comi meu cadáver matinal
descompassa
desequilibra
a dor desanda
o peso nas ancas
a face ferida
a dor fustiga
a dor, semente
cresce rapidamente
destrói minha casa
enraiza o chão
onde eu plantava
a dor gigante
maior que um prédio
de dez andares
é a dor criança
grita os pesares
buscando um nexo
hora menina
hora moça
hora senhora
a dor faminta
tem muita força
consome o agora
e a poesia, coitada
jogada em escanteio
são só folhas rasgadas
alguns símbolos no meio
testemunhando
a dor mortal:
ontem morri sonhando
hoje comi meu cadáver matinal
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