a dor desanda
descompassa
desequilibra
a dor desanda
o peso nas ancas
a face ferida
a dor fustiga
a dor, semente
cresce rapidamente
destrói minha casa
enraiza o chão
onde eu plantava
a dor gigante
maior que um prédio
de dez andares
é a dor criança
grita os pesares
buscando um nexo
hora menina
hora moça
hora senhora
a dor faminta
tem muita força
consome o agora
e a poesia, coitada
jogada em escanteio
são só folhas rasgadas
alguns símbolos no meio
testemunhando
a dor mortal:
ontem morri sonhando
hoje comi meu cadáver matinal
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