só deus sabe o que se passou naquele minuto em que ele estava em transição para o sono.
fortemente entrelaçados, havia uma aura diferente.
eu olhava-o, e olhava para dentro de mim,
e do meu olhar faiscava tamanha paixão que não cabia mais no peito.
"o que está acontecendo comigo?" me perguntei.
e alguma coisa dentro dele ouviu àquela pergunta.
ele acordou suavemente, me olhou nos olhos e sorriu aquele sorriso infantil.
...como é indescritível aquele sorriso.
e em um milésimo de segundo travei uma luta imensa entre razão e emoção.
eu ia transbordar.
eu ia falar.
eu precisava dizer "eu te amo".
mas tive medo.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
prego olhos às oscilações mais sutis
ando floreando amores primaveris:
como o caso do passarinho cantarolante
que assim traz à vida ensolarado instante
e como é querida a dor dos amantes
que encontram-se entorpecidos pela estação
é coisa mais linda o instinto clamante
que a natureza regojiza em sêmen e fecundação
eu mesmo, se não fico atento
misturo-me ao pólen do vento
se passa que o elo nos chama de novo:
"saiam dessa vida cinzenta, meu povo!"
e dentro do mais cético, é operada mudança
vira novo o que era velho, ancião vira criança
o vazio ganha verde de primavera e esperança
o que então era estio, se aflora em abonança
e eu, expectador desse milagre, me pergunto
se ainda possa haver quem duvide disso tudo
que nome tem, esse tão perfeito conjunto?
é senhor da primavera, o tal do amor agudo!
ando floreando amores primaveris:
como o caso do passarinho cantarolante
que assim traz à vida ensolarado instante
e como é querida a dor dos amantes
que encontram-se entorpecidos pela estação
é coisa mais linda o instinto clamante
que a natureza regojiza em sêmen e fecundação
eu mesmo, se não fico atento
misturo-me ao pólen do vento
se passa que o elo nos chama de novo:
"saiam dessa vida cinzenta, meu povo!"
e dentro do mais cético, é operada mudança
vira novo o que era velho, ancião vira criança
o vazio ganha verde de primavera e esperança
o que então era estio, se aflora em abonança
e eu, expectador desse milagre, me pergunto
se ainda possa haver quem duvide disso tudo
que nome tem, esse tão perfeito conjunto?
é senhor da primavera, o tal do amor agudo!
ao mestre rimbaud

quisera correr de novo os verdes prados
que se abrem cheios de um mel risonho
quisera ir sem mais carregar nos braços
o inverossímil que faz abnegar o sonho
pelo amante tocara os finos dedos
em diversões tão fúteis quanto o absinto
ou por vezes fingira não ter medos
incutia-lhe a tenacidade o velho tinto
dentre penas e pernas criara tanto
o filamento tênue que envolve a loucura
correra, enfim, livre à céu e terra
e quanto mais lhe envelhecia a cura
mais convicto abdicava à pena:
encontrara no índico saudoso recanto.
o querer-te e querer-te mais
Incontentado
Quando em teus braços, meu amor te beijo
Se me torno de súbito tristonho
É porque as vezes com temor prevejo
Que esta alegria pode ser um sonho
Olho os meus olhos nos teus... Ponho
Tremulo as mãos nas tuas mãos... e vejo
Que és tu mesma que és tu! E ainda suponho
Ser enganado pelo meu desejo...
Quanto mais desvairado de ansiedade
De teu corpo meu corpo se avizinha
Mais de te, junto a te, sinto saudades...
E este suplicio atroz não se adivinha,
Quando beijando-te, o pavor me invade
De que em meus braços tu não sejas minha.
Martins Fontes
à menor presunção de outro enlace
me abrasa chama desesperadora
se me deixas, me causas um desastre
mas se ficas, me tens encantadora
às vezes esqueço a vil possibilidade
e a mim, me cobre nova atmosfera
vivo que és meu, e não vã metade
e nossa face se afigura mais sincera
ah, se soubesses o quanto me recrio
esqueço mesmo tudo que me consome
e mostro-me a ti fluente como um rio
como respeitando o peso do teu nome
e se hoje me demonstro por um fio
amanhã de sorrisos tenho fome.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
o causo do pescadô
ô seu doutô, eu tenho calo nos pé
o muié
cadê o almoço?
é tanto arvoroço
do que eu nem sei que que é
ô seu político, eu tenho dor nos cotovelo
ô carroceiro
sou catador
te cato as dor
que vem do dinheiro que leva o lixeiro
ê gente boa, se tu vê de sorridência
gente pobre sofre
rico enche os cofre
e diz que é pelas tal das ciência
ê que eu não queria não, gentileza
sentí o sol
sê o anzol
que pesca a o peixe da tua mesa
me jogaram no mundo
só sei que nasci:
aonde, de quem, quando
nunca descobri
e nem fico procurando
posso encontrá coisa ruim
nasci, já me confromei:
sei que hei de morrê assim.
o muié
cadê o almoço?
é tanto arvoroço
do que eu nem sei que que é
ô seu político, eu tenho dor nos cotovelo
ô carroceiro
sou catador
te cato as dor
que vem do dinheiro que leva o lixeiro
ê gente boa, se tu vê de sorridência
gente pobre sofre
rico enche os cofre
e diz que é pelas tal das ciência
ê que eu não queria não, gentileza
sentí o sol
sê o anzol
que pesca a o peixe da tua mesa
me jogaram no mundo
só sei que nasci:
aonde, de quem, quando
nunca descobri
e nem fico procurando
posso encontrá coisa ruim
nasci, já me confromei:
sei que hei de morrê assim.
sábado, 13 de outubro de 2012
passagem para a eternidade
sentir a retração de cada músculo do corpo
o arrepio ao comprido que parece não cessar
os olhos enchem de lágrimas, vão transbordar!
o corpo se derrete e se mistura à forma una
os olhos percebem, palavras interpretam o instante:
fotografia do universo eternizada na estante
um pedaço do coração de quem escreve o momento
se desprendendo para o mundo a cada letra escrita
de repente, o poema se mistura ao mistério da existência!
não é mais meu
fui só um veículo
que sentiu
e transmitiu
o poema já morava aqui!
...e há quem diga que não viu...
11/10/2012
o arrepio ao comprido que parece não cessar
os olhos enchem de lágrimas, vão transbordar!
o corpo se derrete e se mistura à forma una
os olhos percebem, palavras interpretam o instante:
fotografia do universo eternizada na estante
um pedaço do coração de quem escreve o momento
se desprendendo para o mundo a cada letra escrita
de repente, o poema se mistura ao mistério da existência!
não é mais meu
fui só um veículo
que sentiu
e transmitiu
o poema já morava aqui!
...e há quem diga que não viu...
11/10/2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
amada flor

junção de tempo, paciência e expressão de amor
é a mais linda criação da natureza, amada flor
detentora de toda beleza da expressão solar
derrama suas pétalas de raio e vem me iluminar
jah bateu na minha porta quando te encontrei
disse pra mim em sonho e o sonho eu decorei
seu sorriso vem e enfeita a parede da memória
o amor que cresce muda toda a minha história
fruto das coisas mais lindas colhidas com apreço
dada pelas suas mãos que semearam o começo
e eu que me perdia acreditando me encontrar
descobri o que era lindo quando te vi irradiar
junção de tempo, paciência e expressão de amor
é a mais linda criação da natureza, amada flor
detentora de toda beleza da expressão solar
derrama suas pétalas de raio e vem me iluminar
então a chuva vem e purifica nosso infinito
só quero te dar o que houver de mais bonito
vamos levando a vida assim na boa vibração
que o que vier será presente de luz e gratidão
toca aquela música pra mim, enche tudo de amor
transbordo de alegria, e pra mim é eterna a flor
se morre a forma física, fica intacto o laço
encontrei a essência da paz em seu abraço
junção de tempo, poesia e expressão de amor
é a mais linda criação da natureza, amada flor ♥
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