quarta-feira, 24 de outubro de 2012

o querer-te e querer-te mais

Incontentado

Quando em teus braços, meu amor te beijo
Se me torno de súbito tristonho
É porque as vezes com temor prevejo
Que esta alegria pode ser um sonho

Olho os meus olhos nos teus... Ponho 
Tremulo as mãos nas tuas mãos... e vejo 
Que és tu mesma que és tu! E ainda suponho
Ser enganado pelo meu desejo...

Quanto mais desvairado de ansiedade
De teu corpo meu corpo se avizinha
Mais de te, junto a te, sinto saudades...

E este suplicio atroz não se adivinha,
Quando beijando-te, o pavor me invade
De que em meus braços tu não sejas minha.

Martins Fontes


à menor presunção de outro enlace
me abrasa chama desesperadora
se me deixas, me causas um desastre
mas se ficas, me tens encantadora

às vezes esqueço a vil possibilidade
e a mim, me cobre nova atmosfera
vivo que és meu, e não vã metade
e nossa face se afigura mais sincera

ah, se soubesses o quanto me recrio
esqueço mesmo tudo que me consome
e mostro-me a ti fluente como um rio

como respeitando o peso do teu nome
e se hoje me demonstro por um fio
amanhã de sorrisos tenho fome.

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