sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

eu ávida

você áspero
me lembro de seus cachos
onde, cálida, me perdi
na sonoridade do solfejo
entorpecida de desejo
o olho estático preso em ti

você árido
carregava um nordeste
nas costas, na bandoleira
seis cordas de agreste
aura que brilha e enobrece
as alpercatas rubras de poeira

luz de sete furos no bambu
cheiro doce do doce de imbu
que no cerrado veio florescer

esconde léguas do meu apelo
quando o símile amanhece no cabelo
e o destino me obriga a anoitecer

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