embriagada na imagem da serpente
tô cansada dessa gente
que finge que não sente dor
me traga qualquer ente de trago de torpor
porque hoje eu não quero falar de amor
enrustidos na carranca, eles cheios de pavor
vivem tudo às metades, falam de liberdade
mas é coisa de ator
do circo do escárnio, cansei desse baralho
liquidificador
liquidando a verdade
me traga qualquer arte de frasco de torpor
porque hoje eu não quero falar de amor
jogaram bomba atômica no meu jardim de flor
minou tudo que existia, só ficou grama vazia
exaurida de favor
calor mata o que não é fato
nunca vi tanto boato
crônica do dissabor
me traga qualquer ato de brado de torpor
porque hoje eu não quero falar de amor
dou adeus às alcalinas
pirilampos, sabatinas
aos domingos de horror
me faça qualquer raça que o instinto dominou
e me quebra a vidraça de cristal do sofredor
porque hoje eu não quero falar de amor
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