garganta molhada e cheiro de terra.
o sal da língua como flecha e o lábio que é arqueiro.
passaram-se prédios e prédios desde a última vez que nos amamos.
o espaço se transforma em inorgânica mutabilidade estéril
porque viver sem o peso da sua mão entre as minhas pernas
é contar andanças de ponteiro e grãos de areia que caem.
tenho urgência do laranja daquele gosto.
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