Parou, olhou para o copo com enorme repulsa. Um inseto de listras amarelas.
Como poderia não ter percebido aquele gigante ali dentro?
Como em toda a sua vida, o copo estava meio cheio.
Quis beber. Digo, não o gim, nem o inseto, mas o copo. Tudo andava tão líquido...
Parou e ouviu uma voz. Seria aquela voz? Titubeou um pouco antes de dar-se conta que não era real, nem imaginário; de fato, o inseto estava falando com ela.
De repente estava pálida e atônita.
Arremessou o copo o mais longe que pôde.
O dono do café não gostou da cena, mas não se manifestou.
Ela, por ela mesma, levantou-se e sorriu meio débil. Há muito não se sentia tão infantil, e tão liberta.
Andava pelo Passeio Público.
Se espantou ao ver, meio a tanto líquido do lago, o inseto caminhando sobre a água.
Todos os seus fluidos corporais, naquele momento, a escorriam pelos olhos.
Apenas calmamente.
13/02/2012
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